Dicas de livros
ANNE FRANK – UM TESTEMUNHO PARA SEMPRE
Tinha 15 anos e sonhava ser jornalista. Pela
sua mão, milhões de pessoas em todo o mundo chocam-se com as atrocidades
cometidas pelo nazismo. No seu diário, Anne Frank anotou os seus
sonhos, de sucesso e de paz. Não chegou a ver cumprido nenhum deles.
Anne Frank, nasceu em Frankfurt am Main,
na Alemanha em 1929. Em 1933 o Partido Socialista, anti-judaico,
liderado por Hitler, subiu ao poder.
Os
pais de Anne pressentido o perigo na Alemanha, mudam-se para
Amesterdão. Anne Frank tem 4 anos e frequenta a escola Montessori. Até
aos 11 anos cresce saudável e feliz no ambiente relativamente calmo da
Holanda.
Aos 13 anos, os pais dão lhe de prenda um diário, o seu sonho era ser jornalista ou escritora. Na primeira página escreveu: «Espero
ser capaz de te confidenciar tudo o que nunca consegui contar a ninguém
e que tu possas ser o meu conforto e o meu apoio».
Em 1940, o exército alemão ocupa a Holanda, país que deixa de oferecer a segurança necessária.
Anne frequenta o Liceu Judaico de Amesterdão e anota no seu diário:«há
uns dias enquanto passeávamos ao pé de casa, o pai disse que teríamos
que nos esconder. Disse também, que ia ser muito difícil viverem,
desligados do mundo». As deportações para os campos de «trabalho» haviam começado e sua irmã Margot, fazia já parte da lista dos procurados.
A
partir dessa altura é no sótão de um dos armazéns do pai que partilham
uma vida fechada e secreta com outra família judia. É o «anexo secreto».
Das poucas coisas que Anne leva consigo é o pequeno diário forrado a
xadrez. Dois meses depois escreve: «Que bom ter-te trazido comigo!»
Durante
dois anos de clausura Anne regista o dia-a-dia daquelas famílias. Os
seus textos são cartas a amigos imaginários com pequenos recortes
colados, notas e comentários. O dia-a-dia no anexo, as notícias do mundo
exterior escutado secretamente pala rádio, os bombardeamentos, as
rusgas, os medos e angústias, mas também os sonhos e esperanças de
qualquer adolescente ficam registados nas páginas secretas do seu
diário.
Dói ler os últimos escritos
de Anne, em Junho e Julho de 1944. Eles transbordam alegria e esperança
com as notícias da chegada do dia D, que chegam através do rádio.
No dia 4 de Agosto, o anexo secreto é descoberto pela Grune Polizei. Anne e os outros sete habitantes são presos.
Duas semanas antes de ser presa, Anne escreveu: «É
impossível para mim construir a minha vida sobre o caos, o sofrimento e
a morte. Vejo o mundo a transformar-se num meio selvagem, posso escutar
o trovão que se aproxima e, um dia, irá destruir-nos a todos. Sinto o
sofrimento de milhões de pessoas. E, no entanto, quando levanto os olhos
para o céu, sinto que, de alguma forma, as coisas hão-se melhorar, que
esta crueldade há-de acabar e que a paz e a tranquilidade voltarão.»
Toda
a família é presa. Seguem-se viagens para os campos de concentração na
Holanda, na Polónia e na Alemanha. Os residentes do anexo são
transportados para Auschwitz.
Após um
mês em Auschwitz, Anne e Margot são transportadas para o campo de
concentração de Bergen-Belsen. Ali milhares de pessoas morrem de fome e
de doença todos os dias. Margot e Anne contraiem febre tifóide. Com
poucos dias de diferença morrem, em Março de 1945.
Semanas
depois o exército dos aliados entra na Alemanha. Nos campos nazis
morreram mais de um milhão de crianças. O pai, Otto Frank foi o único
membro que sobreviveu e a ele se deve a publicação do Diário de Anne
Frank.
O
Diário de Anne Frank, foi traduzido em mais de 60 línguas e é dos
livros mais lidos em todo o mundo. Em 1960 as portas da casa de Anne em
Amesterdão, abriram-se a um museu.
Entre as páginas amareladas do seu diário, pode ler-se: «Somos demasiado jovens para lidar com problemas destes, mas eles surgem-nos pela frente e obrigam-nos a procurar soluções, embora, a maior parte das vezes as soluções se desvaneçam perante os factos. São tempos difíceis, estes: ideais, sonhos e esperanças nascem no nosso interior, apenas para serem esmagados pela dura realidade. Admira-me que não tenha abandonado todos os meus ideais. Parecem tão absurdos e impraticáveis. E, no entanto, agarro-me a eles, porque ainda acredito, acima de tudo, que o ser humano é bom, no fundo.»
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